quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Representação gráfica do stress oxidativo

A peroxidação lipídica se inicia pelo ataque a bicamada lipídica, e após isso uma cascata autocatalítica se inicia, gerando numerosas substâncias genotóxicas (hidroperóxidos e produtos secundários)(4).





Isso mostra que a utilização de um anti-oxidante (substâncias capazes de reagirem com esses RL e os inutilizarem), seria capaz de minimizar esse processo. O ALA (ácido alfa-lipóico), funciona como um anti-oxidante e é capaz de reduzir o stress oxidativo(5). Ele funciona como pré-glutationa, aumentando a síntese de glutationa, que é um anti-oxidante fisiológico.



Efeitos do ALA no stress oxidativo



Efeito da suplementação de ALA no conteúdo total de glutationa (barras pretas)



Efeito da suplementação de ALA na peroxidação lipídica (barras pretas)

A N-AcetilCisteína (suplemento muito mais barato que o ALA) também tem um importante função como antioxidante porém com uma desvantagem. O aminoácido cisteína funciona também como antioxidante por ser constantemente oxidado a sua forma cistina. O ALA pode ser reduzido no tecido humano em uma potente forma, DHLA, por diversas enzimas. Após cisteína originada pela NAC ser oxidada a cistina, não existe nenhum mecanismo pelo qual a NAC ou a formação de cisteína podem ser reciclados de volta a forma reduzida. Dessa forma, a NAC funciona como forncedor de cisteína por um único momento. Ao contrário disso, o ALA tem a habilidade de servir como uma fonte contínua de cisteína. DHLA, gerado nas células pela redução enzimática do ALA, fornece cisteína, pela redução da cistina que é abundante no compartimento extracelular. Após reduzir cistina a cisteína o DHLA é oxidado em ALA e é absorvido pela célula novamente, onde o ciclo recomeça(6). O ALA também parece ter uma importante função na regeneração hepática.

O ALA é uma mistura racêmica (contém duas subunidades, uma R e outr S). A ação como sensibilizador da insulina é em grande parte feita pela ação do isômero R, ja a ação anti-oxidante não sofre alteração sendo recomendada a ingestão da mistura.

A silimarina também tem um papel anti-oxidante e também pode ser usada nesse processo.

Em conclusão, as substâncias conhecidas como hepatoprotetoras, agem em locais diferentes e de formas diferentes. A silimarina age antes do stress oxidativo, podendo evitar que o mesmo aconteça e, além disso, evitando a patologia inicial. Ja a NAC e o ALA agem no processo final (stress oxidativo), porém não tratam do processo inicial, que é a colestase.



Etapas de açãos dos hepatoprotetores

Como recomendação de uso podemos prôpor: 1) O uso da silimarina em dosagens apropiadas inutiliza o ALA e a NAC ; 2) A utilização do ALA e da NAC é melhor que seja acompanhada de silimarina ; 3) Se o objetivo for o uso de anti-oxidantes o ALA é melhor do que a NAC e a silimarina.

Pórem a lesão hepática induzida pela toxicidade dos esteróides leva algum tempo para acontecer (necessita de uso constante) o que torna raro o aparecimento dessas patologias em atletas que utilizam esteróides em ciclos curtos e infrequentes. Dessa forma, a utilização desses fármacos se faz desnecessária.

A principal lesão causada pelos esteróides em ciclos curtos é o chamado stress hepático. Os esteróides 17aa sofreram essa alteração para não serem metabolizados pela primeira passagem no fígado e, dessa forma, sofrem sucessivas passagens por esse orgão até serem metabolizados. Isso expõe o fígado a um stress, e causa aumento dos biomarcadores hepáticos (TGO, TGP, GAMA-GT, Bilirrubina e Sais Biliares), mas sem atingir valores extremamente altos.

Não existe forma de se evitar essa lesão, ja que ela decorre de uma alteração estrutural da mólecula ingerida. Porém, não é necessário o espanto e desespero provocado em algumas pessoas quando o assunto é hepatotoxicidade. O stress hepático provocado por ciclos de esteróides é extremamente reversível e muitas vezes passa desapercebido. Se o atleta possui um fígado saudável, realiza uma dieta balanceada e utiliza os esteróides 17aa em espaços curtos de tempo (ja que o stress hepático esta diretamente relacionado a duração do uso) dificilmente ocorrerá qualquer lesão hepática.

Nesse caso, o uso de substâncias hepatoprotetoras somente piorará o quadro pois elas também serão metabolizadas pelo fígado aumentando ainda mais o stress. Além disso, a utilização de substâncias anti-oxidantes, altera o balanço natural de fatores pré-oxidantes e anti-oxidantes e isso também pode levar ao stress hepático oxidativo(8).

A doença hepática induzida por droga gerlmente é seguida de recuperação após a remoção da mesma(7)

Outros possíveis hepatoprotetores

Green Tea / Chá Verde: estraído da planta Camellia Sinensis, o chá verde apresenta uma grande quantidade de polifenois que funcionam como um potente antioxidante ajudando dessa forma, na colestase (que causa lesão por stress oxidativo)(9). Além disso inibe a peroxidação lipídica.



Polifenóis diminuem a liberação de alananina aminotransferase (diminui a lesão hepática)


Polifenóis inibem a proliferação celular


Polifenóis diminuem a fibrose hepática

Alcachofra: derivada da Cynara scolymus, a alcachofra tem a capacidade de reduzir a síntese hepática de colesterol através de uma modulação indireta da enzima HMG-CoA redutase (enzima responsável por etapas intermediárias da síntese de colesterol). Desse forma existe menos substrato para tornar os sais biliares mais concentrados (altas taxas de colesterol se precipitam e tem maior chance de entupir os canalículos)(10).

Dente de Leão: derivado da Taraxacum officinale, o dente-de-leão é um inibidor da
atividade da enzima alfa-glicosidase (assim como fármacos da linha do acarbose) que é responsável pelo metabolismo dos carboidratos(14). Dessa forma é usada como uma droga hipoglicemica no tratamento da diabetes melitus. Também exibe algumas propriedades anti-tumorais. O mecanismo de tratamento de desordens hepáticas ainda não esta elucidado.

Curcuma: derivada da Curcuma longa apresenta propriedades quimioprotetoras em alguns modelos tumorais(12). Apresenta também prevenção no carcinoma hepatocelular, pois trata a inflamação crônica que leva a esses distúrbios(11). Tem uma função antioxidante aumentando a atividade hepática da glutationa S-transferase(13). Outra função é a inibição da células stelates (que estimulam a síntese de colágeno), que é a principal célula na fibrose hepática(15). Uma função interessante é a capacidade de restaurar a arquitetura normal do tecido muscular após lesão (por exemplo as causadas pela musculação)(16).

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